Será que alcançaremos a velocidade da luz?

Será que alcançaremos a velocidade da luz?

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Quando o físico indiano Narinder Singh Kapany inventou a fibra óptica em 1952, por mais que soubesse da importância de sua descoberta, certamente não faria ideia da revolução que causaria na vida das pessoas, especialmente a partir do início do século XXI. Redes sociais, e-mail, e-commerce, videoconferências, trabalho remoto, tudo isso só passou a existir graças a ela!

Atualmente imaginar um dia de trabalho sem sistemas de comunicação baseados em fibra-óptica beira o impossível. Qualquer obstáculo para o bom andamento de ações que vão desde a simples troca de SMS até o fechamento de operações financeiras milionárias, pode provocar prejuízos altíssimos. Entretanto, esses e outros problemas acontecem a todo momento. E você deve estar se perguntando: Nossa! Quem poderia deixar que situações assim aconteçam se desfrutamos de uma tecnologia tão fabulosa?

A resposta é constrangedoramente simples: nós! O fato é que todos os avanços incríveis da tecnologia nos últimos anos, ainda não foram suficientes para romper a maior de todas as barreiras: a cultural. O Brasil, por exemplo, apesar de ser um país que tem evoluído em muitos aspectos a ponto de se configurar entre os mercados mais importantes do mundo, o brasileiro ainda pensa e age em tempo antagônico ao da velocidade da luz.

É comum presenciarmos planejamentos de investimentos em sistema de fibra-óptica com redundância insuficiente para operar como sistema principal. Ou seja, projetos de grande porte e estratégicos subestimam a relevância de imprevistos não tão “imprevisíveis” assim. Ainda é amplamente utilizada a prática de se optar por sistemas de redundância com capacidade muito inferior à necessária. Isso “funciona” até o dia em que o sistema cai, dentro de um aeroporto, em véspera de feriado. Ou quando o problema no envio de um arquivo determina o fracasso ou o fim de um negócio.

O fato é que considerável parcela do público corporativo, ao invés de investir continuamente no aumento de disponibilidade de estrutura, deixa em segundo plano, a adoção de um sistema de fibra óptica redundante com a mesma capacidade e qualidade técnica da rede principal. Figurando equivocadamente na lista de “custos”, perde-se a noção de que, na verdade, isso é fator-chave para o core business!

Noção, aliás, que na maioria dos casos, só se percebe após prejuízos incalculáveis. As crenças de que nunca poderá acontecer o “improvável” ou do “podemos ter um sistema com menos capacidade para operar como redundância” têm levado organizações e clientes diariamente a situações de stress e perdas financeiras, absolutamente evitáveis.

Mesmo se falando de alta tecnologia, é fundamental considerar que o homem não tem controle sobre a natureza. Como em tudo, existe o fator “imponderável”. No caso da fibra-óptica, especialmente, já testemunhei problemas que foram desde um trator que furou a rua no lugar errado até de um rato que roeu um cabo óptico dentro de um duto de proteção de aço, sem contar chuvas e eventos naturais. Só aí é que se percebe o quanto vale acrescentar 30%, em média, aos seus investimentos para ter um sistema de redundância com as mesmas características do principal e localizado do outro lado do mundo, se for necessário.

Mais ainda: Será que os gestores conseguirão entender a importância de sistemas de redundância, realmente capazes de eliminar problemas de comunicação para o futuro que está a cada dia mais próximo com eventos como Copa do Mundo; ou ainda o avanço da TV digital, que deverá impulsionar ainda mais o crescimento da internet e outros sistemas de comunicação?

Texto original: Mercado Brasil